sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sabe eu já fui realmente apaixonada por alguém um dia.
Sim, fui.
Não essa paixão por "ELE". Aquele "ele" que sempre falo aqui. Pois a paixão por "ele" é mais do que platônica.
Enfim, gostei demais de alguém.
Acreditei que houvesse retribuição.
Fui noiva.
Sonhei todos os sonhos que me permitiram. E os que não permitiram, eu sonhei escondida.
Sonhei com igrejas e vestidos. Véus e grinaldas. Filhos. Netos. Marido.
Mas aos pouquinho os sonhos foram mudando. Igrejas desabando e vestidos rasgando. Véus e grinaldas alheias. Não ter filhos nem netos. Ex-marido.
Assustada com todas as mudanças nos meus sonhos, eu fugi. Fugi dos sonhos, do noivado, do noivo, de tudo que eu conseguia correr. E quanto mais eu fugia, mais eu corria, e quanto mais eu corria mais fugia.
Em determinados momentos, chorei desesperada. Achando que estava cometendo uma loucura. Afinal, eu estava fugindo dos meus próprios sonhos. Mas apesar do choro, continuei a fugir.
Corri até não senti mais o ar em meus pulmões. Chorei até não sentir mais o ar em meu pulmões. Gritei até não sentir mais o ar em meu pulmões.
Vi de longe, cada um dos meus sonhos acabarem. Meu castelo desmoronou.
Tudo o que eu tinha como certo, era errado. Dificil aceitar isso. Doloroso. E muitas vezes quase impossivel.
Não consigo realmente falar nada quando olho para trás.
Não me sai um "Que pena que acabou" nem um "Que bom que acabou".
Quando penso nas coisas de um ano atrás, me sinto vivendo a vida de outra pessoa.
Me sinto inerte.
Quando olho para trás, só consigo balançar a cabeça, olhar para o chão, respirar fundo, e tornar a olhar para frente, me forçando a esquecer essa minha outra vida.
Não sei em que momento mudei tanto. Nem em que momento o ex mudou tanto. Ou talvez ele já fosse desse jeito e eu quem não houvesse reparado. Mas não sei definitivamente em que momento mudei tanto.
Ainda que dolorosas, aguardo novas mudanças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário